quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Fundamentais na criação da grande maioria das espécies
Além de ser única fonte de alimentação para algumas espécies de peixes, como o Apaiaris (Astronotus ocellatus), não treinadas desde o nascimento a consumir alimentos secos, oferecendo nutrientes, aminoácidos e vitaminas que, na maioria das vezes, não são encontrados nas rações comerciais.
Os alimentos vivos exercitam as habilidades de predador e diminuem o estresse. Além disso, em alguns casos, podem ser utilizados como bioencapsuladores para medicamentos, vitaminas e outros aditivos, já que podem ser excelentes filtradores. Na produção da grande maioria das espécies de peixes ornamentais, o fornecimento de alimentos vivos aos alevinos é fundamental para o sucesso da criação.
Existe uma infinidade de alimentos vivos disponíveis no mercado como tubifex, verme-do-vinagre, paramécio, brachonetas, tenébrio, minhocas, microverme, vermes-de-grindall, enquitréias, etc. Citarei apenas alguns de maior interesse do público, de fácil criação e que não oferecem nenhum tipo de risco aos peixes e às pessoas que desejarem cultivá-los em suas casas.

Artêmia Salina (Branchipus stagnalis)

É o mais conhecido alimento vivo para peixes ornamentais e muito importante não somente para o mercado de aquariofilia, como também é fundamental para a produção de alevinos de muitas espécies de peixes de corte.
De fácil cultivo e muito encontrada nas lojas do ramo, a eclosão dos ovos de artêmia salina é muito simples, bastando seguir um esquema de fácil confecção à base de garrafas Pet e um aerador. Esse esquema é encontrado em sites da internet e o sucesso da eclosão é garantido. Mas atenção, a eclosão dos ovos de forma caseira tem como finalidade a produção somente dos náuplios, forma larval da artêmia, para alimentação dos peixes. Para fornecermos artêmias na fase adulta, devemos adquiri-las em lojas de aquarismo. Aos que desejarem produzir indivíduos adultos, o desafio é muito maior e requer pesquisa e experiência.
Para conservarmos as artêmias por mais tempo, basta mantermos a cultura na geladeira em recipiente fechado. Os náuplios são uma excelente fonte de proteína para as mais diversas espécies de peixes, principalmente em sua fase de vida larval. São quase indispensáveis àqueles que pretendem reproduzir qualquer espécie de peixe ornamental, servindo os náuplios de forma abundante aos pequenos peixes todos os dias. A artêmia em sua forma adulta é excelente fonte de alimento para peixes como o disco e muito utilizado como bioencapsulador para alimentos e aditivos. Isso é feito misturando o medicamento durante 10 minutos na água dos crustáceos e logo em seguida oferece-se aos peixes.

Daphnias (Daphnia magna)

Daphnia magna é um microcrustáceo filtrador que se alimenta de algas, principalmente de Chlorella vulgaris e bactérias. Medem de 1 a 5 mm e o ciclo de vida varia entre 40 a 56 dias, dependendo da temperatura da água. São facilmente encontradas em águas ricas em nutrientes como lagos e tanques de piscicultura e proliferam-se com enorme facilidade.
Seus hábitos filtradores premitem-nos utilizá-las como forma de fornecimento de medicamentos, vitaminas ou qualquer outro aditivo aos peixes, assim como as artêmias. É um alimento de excelente qualidade. Quando oferecidas em quantidade no aquário e não são totalmente consumidas pelos peixes, continuam vivas no ambiente se alimentando. Não causam transtornos ao aquarista e podem ser consumidas pelos peixes em outro momento.
Podem ser cultivadas em qualquer recipiente, mas quanto maior a lâmina de água melhor. Mantendo-se a temperatura em torno de 28 ºC e oferecendo alimentação à base de fitoplâncton (água verde) ou mesmo fermento de padaria, com trocas parciais de água toda semana. Os resultados são excelentes, obtendo-se uma enorme colônia em dois meses.

Guaru (Poecilia reticulata)

Principal alternativa para alimentação de peixes carnívoros em aquário, o Guaru pode ser encontrado com facilidade em todo o território nacional, principalmente na região Sudeste.
Sua reprodução é extremamente fácil, sendo viável a sua criação em tanques de menor volume. Já a captura na natureza pode implicar na contaminação dos peixes alimentados com algum tipo de enfermidade como ectoparasitas e bacterioses, largamente difundidas em reservatórios naturais. Por isso, o indicado nesse caso é a sua criação em casa ou compra em lojas de aquarismo.
A fêmea pode atingir 5 cm de comprimento, enquanto o macho não ultrapassa 3 cm na fase adulta.

Lips (Hemigrammus erythrozonus)

Facilmente encontrado em lojas especializadas, o Lips é um dos alimentos vivos mais difundidos no aquarismo brasileiro. Esse peixe varia entre 2 cm e 5 cm de comprimento, sendo muito resistente a variações de pH e temperatura, porém pouco tolerante a baixos níveis de oxigênio dissolvido.
Sua principal finalidade é a alimentação de peixes carnívoros que não foram treinados a aceitar ração como a maioria dos peixes de couro, apaiaris e outras espécies capturados na natureza.
A reprodução do Lips em aquário é pouco interessante pelo alto nível de predação das proles pelos pais. É mais viável sua estocagem em aquários menores ou mesmo a manutenção de uma população numerosa, servindo de fonte de alimentação constante aos habitantes do aquário.
Ao comprar esses peixes em lojas do ramo, devemos ficar atentos a sua condição de saúde e fazer um tratamento profilático com produtos específicos, evitando, assim, possível transmissão de doenças.

Besouro do Amendoim (Palembus dermestoides)

O Besouro do Amendoim é um inseto coleóptero de fácil cultivo e rico em proteína na sua fase larval. É um excelente alimento para os peixes ornamentais, principalmente Bettas e outros anabantídeos.
Para mantermos uma cultura em casa, basta introduzirmos alguns indivíduos em um recipiente como caixa ou pote plástico com tela protetora contra predadores, forrado com amendoins in natura e com alguma fonte de umidade. Um pequeno pedaço de legume trocado todos os dias é ideal para manter os níveis corretos de umidade.
Depois de cerca de 40 dias, a colônia aumentará de volume visivelmente e você poderá começar a fornecer as larvas aos peixes. Com o passar das semanas o número de larvas aumentará bastante, sendo uma grande fonte de alimento. Porém, devemos ficar atentos a problemas como fungos, frio ou calor em excesso. A temperatura ideal é de 25 a 30 ºC. Lembre-se também de deixar que recebam luz indireta.
Podem ser fornecidos diretamente na água e caso alguma larva não seja consumida pelos peixes, retire-a do aquário para que não fermente e prejudique os peixes.
A aquariofilia é um hobby dinâmico e aqueles que se dedicam a essa atividade têm grande interesse em novas formas de obterem melhores resultados. Cabe às lojas oferecerem maior variedade de produtos, estimulando o aprofundamento dos hobbystas no assunto.  

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